CEBs

"GENTE SIMPLES
FAZENDO COISAS PEQUENAS,
EM LUGARES POUCO IMPORTANTES,
CONSEGUEM COISAS EXTRAORDINÁRIAS". Provérbio Africano

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

BLOG DAS CEBs - 10.000 VISUALIZAÇÕES

"Alegria, alegria, alegria! É o povo de Deus a cantar! Alegria, alegria, alegria as CEBs unidas vem celebrar!"

Graças à Deus e a vocês, que o blog das CEBs da Diocese de Jequié/BA, depois de um ano e sete meses de funcionamento, vem sempre divulgando os eventos e notícias das CEBs, a nível de Brasil, Regional Nordeste 3 - BA/SE e Diocesano. Já ultrapassamos  10.000 visualizações a maioria do Brasil, através do trabalho de divulgação e do carinho e da atenção de vocês. O nosso maior objetivo é contar sempre com a boa vontade de cada um, por meio da divulgação deste trabalho eclesial na área de comunicação. Atualmente, temos mais de 100 postagens que são conferidas por  todos aqueles que querem ter notícias sobre nossas comunidades. Por isso que, jubilosos, queremos expressar o Jeito de Ser Igreja das CEBs. 
Pessoas do mundo inteiro tem visitado o nosso blog: Estados Unidos, Alemanha, Rússia, Holanda, França, Egito, Venezuela, Taiwan, Portugal, Espanha, Reino Unido,  Equador, Honduras, Itália, Ucrânia, Malásia, Bielorússia, Porto Rico, Bélgica, Turquia, Austrália, Macedônia, Republica Dominicana, Indonésia, Chile, Canadá, Noruega, Dinamarca, Colômbia, Índia, Peru, Hong Kong, China, Guatemala, Angola, Polônia, Argentina, Sérvia - Montenegro (ex - Iugoslávia), Croácia, Costa Rica, Filipinas e Israel. Isso é sinal de que o nosso trabalho é reconhecido pela Santíssima Trindade e por todos vocês, irmãos e irmãs de caminhada e sonho.
Amém, Axé, Aleluia!!!!!!!

“Gente simples,
 fazendo coisas pequenas,
 em lugares pouco importantes,
 consegue mudanças extraordinárias”



 Provérbio Africano

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CARTA PARA AS CEBs DO REGIONAL NORDESTE- 3

 Caros irmãos, irmãs, Companheiros/as, Militantes das Comunidades Eclesiais de Base do Regional NE-3 é com alegria que venho através desta trazendo nossas conquistas e fazendo algumas provocações partindo dos desafios existentes em nossa caminhada.
Neste ano ainda no carnaval fomos surpreendidos com á renuncia do Papa Bento 16, um homem que por muitas vezes foi mal compreendido, foi criticado... Ao mesmo tempo com a sua renuncia ele se torna um homem de coragem e ganha os nossos corações.
Diante dos acontecimentos, ainda confusos e misturados, com acusações de todos os lados, manifestações populares, superexploração por parte de alguns meios de comunicações, pedidos de CPIs e debates políticos, temos encontrado vários tipos de reações e posturas. Existem, por incrível que pareça, os indiferentes, que nem tomam conhecimento dos fatos. Depois vem a turma da omissão, que percebe e toma consciência da gravidade dos fatos, mas prefere se omitir, por estarem em boa e cômoda situação e não se sentirem ameaçados, o que é um grande equivoco. Encontramos também, lamentavelmente, os coniventes, pessoas que defendem o sistema argumentando que este é o “jogo político”, certamente por que se beneficiam dele e levam suas vantagens. Em seguida, encontramos os indignados com a situação que, graças a Deus, tem sido a maioria. Mas aqui distinguimos duas vertentes: os que aderem a uma indignação sem conteúdo e sem propostas e se revoltam, cometem violência, colocam todos os políticos num “mesmo saco” e querem acabar com tudo sem mesmo saber como. Felizmente, encontramos outra vertente e trabalhamos para que cresça que são os que assumem a indignação ética. Questionam, não concordam com a situação, mas têm consciência e visão histórica, sabem distinguir o que é correto e têm propostas concretas e se comprometem com elas. Esta é a postura cristã, bem fundamentada e a única capaz de transformar a realidade. A sociedade precisa, hoje, de indivíduos capazes de ir contra a corrente; que defendam, em nome da ética, normas e praticas autenticas, que superem o oportunismo, o utilitarismo mesquinho; que estabeleçam relações mais humanas; que optem pelo mesmo interesse de todos.
Queremos e sonhamos uma igreja que saiba dialogar sem agressividade, que ao contrario de outras épocas em que reinava o autoritarismo (ainda existente em algumas realidades). Hoje, como igreja, precisamos aprender a dialogar com as diferenças, com as situações adversas, buscando criar espaços de comunhão e acolhimento do contrario, se não tem uma parceria com os leigos/as, o altar pode ficar vazio. Todo e qualquer fundamentalismo religioso fere gravemente a fraternidade e a caridade, princípios fundamentais da fé cristã. O leigo/a, não pode ser um mero funcionário do padre e sim sujeito da história, sujeito protagonista, onde os dois se completam.
Não precisamos mais de assembléias robotizadas e apáticas, que contemplem o clero a distancia, friamente, como dóceis ovelhas tangidas pelo cajado do medo e da imposição. Como alguns que ainda hoje encontramos que se comportam como tiranos.
De uma vez por todas, esse modelo eclesiológico tridentino precisa ser uma mera lembrança do passado que não deve voltar mais. Nossos ministros ordenados, são os primeiros responsáveis pela animação pastoral e espiritualidade da comunidade, devem contribuir para que os leigos e leigas se apropriem de sua identidade e missão na igreja e na sociedade, despertando lideranças (respeitando quem já estava lá) fomentando a participação efetiva da comunidade, suscitando uma forma mais humana e desburocratizada de viver o seguimento a Jesus. Penso que João Batista, o precursor, pode nos ajudar a entender a missão de um sacerdote, quando ele pronuncia as seguintes palavras diante do filho de Deus: “convém que ele cresça e que eu diminua!”. Consumir-se por amor a Deus e a comunidade é a forma mais genuína de fazer o cristo resplandecer nos dias de hoje.
Cristãos bispos, cristãos padres e cristãos leigos/as devem resgatar a saudável parceria e a inviolável unidade por vezes esquecida nas estruturas internas da igreja (onde muitas vezes nem entre eles se entendem). Os novos tempos exigem de nós novas posturas e comportamentos. Dialogar é respeitar a autonomia do outro. Nesse aspecto, precisamos avançar muito. O batismo nos fez participes do múnus sacerdotal, profético e régio de cristo, portanto, protagonistas da ação evangelizadora. Os leigos/as desde o batismo têm, sim, de criar responsabilidade, amar, cuidar, ser preocupar, ter sua própria opinião diante de fatos e decisões isso é fazer exercer o seu ministério dentro da igreja.
Obediência não é a mesma coisa que subserviência! Só consegue dialogar quem for capaz de descer de seu pedestal e se colocar numa atitude de escuta e humildade, como Jesus, que ouvia atentamente os clamores de seu povo e em um determinado momento, curvou-se para lavar os pés de seus discípulos/as.
No evangelho de Mateus, por exemplo, a primeira intenção é que todos/as conheça Jesus e sejam seus seguidores, seus discípulos/as. É o evangelho do discipulado, isto é: do aprendizado. Não basta conhecer Jesus; é preciso segui-lo. Para ser fiel ao ensinamento de Jesus temos que respeitar algumas exigências fundamentais. Dentre as pessoas que seguem Jesus, as que estão mais próximas são os seus discípulos – aqueles que se comprometem com a sua pessoa -, pois é através deles que Jesus continuará sua presença, palavra e ação, trazendo esperança para todos aqueles que precisam da justiça para ter liberdade e vida. A nova lei trazida por Jesus nos pede que todos sejam acolhidos/as na comunidade como irmão e irmãs.
A pratica de Jesus é o fundamento do agir do leigo e da leiga a serviço do reino de Deus.
Nos anos 60, as CEBs estava no linguajar do povo, e tinha uma atuação mais expressiva nos sindicatos, associações de bairros, nos movimentos sociais e pastorais, onde também promoviam grandes encontros de formações, promovendo a vida e a dignidade humana. Hoje encontramos em algumas realidades de CEBs, um sistema de capelas e matriz.
Mais devemos também nos alegrar com as conquistas das CEBs ao longo de sua historia, muitos membros tem despertado uma espiritualidade do cuidado com a vida dos seres humanos, esta espiritualidade do cuidado tem motivado o surgimento de gestos e atitudes éticas de respeito, de veneração, de ternura, de cooperação solidaria, de parceria, que promovem a inclusão de todos/as e de tudo no mistério da vida. Importante lembrar que as CEBs têm feito com que os seus membros despertem para atuarem em diversos grupos da economia solidaria, alem de ser o lugar de edificação da dignidade humana e promoção da justiça social.
As CEBs consegui dialogar e promover momentos ecumênicos e inter-religiosos que se dá pela abertura do mundo do outro. Esta espiritualidade nasce do desejo expresso por Jesus: “que todos sejam um” (Jo 17,21)
Recordamos o Papa Francisco, um Papa da simplicidade, que abraça quem o encontra no seu caminho, que sorrir despertando a esperança, que estende a mão a quem estar caído. Isto é uma expressão do desejo de retomar, o concilio vaticano 2º talvez, seja um momento único em nossas vidas e na historia da igreja. No documento de aparecida somos convocados/as para uma renovação importante, ser uma igreja de discípulos/as missionários a serviço do reino, eu diria que é resgatar uma igreja de discípulos/as.
Diante de tantos desafios, mais também das conquistas, nos alegremos, pois a caminhada é esta, uma igreja toda ministerial, em palavras e práticas.

Itaberaba-BA,  09 de outubro de 2013.
Tiago Santos de Aragão
Coordenador das CEBs  do Regional Nordeste 3 BA/SE