CEBs

"GENTE SIMPLES
FAZENDO COISAS PEQUENAS,
EM LUGARES POUCO IMPORTANTES,
CONSEGUEM COISAS EXTRAORDINÁRIAS". Provérbio Africano

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A AMPLIADA DAS CEB's DO REGIONAL NORDESTE 3 EM POESIA 2


CEB's é Cultura. É Poesia!
Durante e Celebração Eucarística do 2º Domingo da Quaresma na Paróquia Todos os Santos na cidade e Arquidiocese de  Feira de Santana-BA,o Pe. Arnaldo Lima não deixou de dar o ar da graça. Cheio de inspiração, escreveu mais uma poema relatando assim, todo o contexto da Missa, como último dia de nossa Ampliada.

A Transfiguração nas CEB’s
Pe. Arnaldo Lima – Arquidiocese de Feira de Santana-BA
                    I
A festa pra ser bem feita,
Tem que ser bem preparada.
Tudo o que é importante,
Requer de nós, uma parada.

Estamos nos preparando,
Para a Páscoa do Senhor.
Na Quaresma, nos preparamos,
Para o Encontro do Amor.

No Encontro de Amor,
Enterramos o “não consigo”.
Nos ensina Dom Itamar,
Nosso bispo, bem preciso.

A saúde no Brasil,
Espera a Transfiguração.
Como em Feira de Santana,
Marcha para a privatização.

A juventude sem futuro,
Clama a nós por compaixão.
Os nossos cárceres abarrotados,
Tem fome de Transfiguração.

Os portadores de HIV,
Junto aos em situação de Rua.
Só aqui somam 1100 pessoas,
Que tem só a Luz da Lua.

Somos a Igreja de Cristo,
Vivemos e cremos no Senhor.
Queremos viver pela Fé,
Testemunhando o seu amor.

                  II
Na mesa santa, preparada,
Ofertamos a vida, a transformar.
Nos atritos da convivência,
Tudo, em prece, vivenciar.

Sejam os muitos desafios,
Oportunidades de crescer.
Na vida em comunhão,
Em tudo, o Senhor a ver.

Confiantes, no Amor do Pai,
Vivemos a Eucaristia.
Abraçando a variada cruz,
Na luta e festa de cada dia.

Bom Jesus, subindo a Jerusalém,
Animados pelo sonho de Sião.
Provando e vendo do bom,
Que nos ajuda a criar um mundo irmão.

Fazer do sangue versado, Eucaristia,
Fazer das paróquias, Redes de Comunidades.
Distribuir terra pra quem nela trabalha,
Da transfiguração, já vivaz luzes.

Uma Catequese Renovada,
Uma Liturgia bem libertadora.
Eis a Evangelização Inculturada,
Uma Transfiguração prometedora.

Início de Transfiguração,
Agora já celebramos.
Com as 21 Dioceses presentes,
Um bonito futuro, temos!
                  
                  III
No Tabor da Galileia, de algumas horas apenas.
Recebemos a força do Alto,
Para criar, não pequenas.

Acolher as rancharias,
Com prazer e gratidão.
Renunciando as exigências,
Belo sinal de conversão.

O almoço do dia 07,
Na caminhada de Milagres (CE).
Já é um grande milagre,
Para a gente agradecer.

Até o15 de junho,
Bem antes do Forrozão.
As fichas da grande Festa,
Nós já queremos, na MÂO!

                  IV
Atenção para este aviso,
De Economia Solidária!
Produtos de apresentação/degustação,
Podem ser a luminária.

Nós estamos em Romaria,
Com Penitência e Memória.
Se não é gente de caminhada,
Vai bloquear a História.

A eternidade é de Deus,
A mudança é Salutar.
As normas ajudam a vida,
Sem normas, o trem vai parar.

Em ônibus de qualidade,
E motoristas bem educados.
O trem das CEB’s vai em frente,
Em seus trilhos, bem fincados.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A AMPLIADA DAS CEB's DO REGIONAL NORDESTE 3 EM POESIA


 CEB's também é Cultura e Poesia. Expressão de um Povo reunido, em torno da Palavra e da Eucaristia, nas lutas de cada dia. Na oportunidade tivemos a alegria de contar com a presença do Pe. Arnaldo Lima da Arquidiocese de Feira de Santana-BA que produziu durante a nossa  Ampliada um resumo de tudo aquilo que escrevemos, falamos, ouvimos, refletimos e assumimos sobre a nossa caminhada de Povo de Deus. 


Ampliada das CEB's

Na noite do dia 22 de fevereiro,
Festa da Cátedra de Pedro.
A ampliada das CEB’s – NE 3,
Acampou em seu rochedo.

Nosso rochedo é a vida,
Nosso rumo é o reino.
No espaço Eclesial de Base,
No “contexto”, Deus faz o Reino.

As ditaduras mais duras,
Da Europa foram exportadas.
Na segunda guerra mundial,
As liberdades são extirpardas.


Do raiar dos anos 60,
Já com João XXIII,
O Concílio renova a Igreja:
Do Povo de Deus, é a vez.

A Igreja que é de todos,
É sobretudo dos empobrecidos.
Com a redescoberta da Bíblia,
Nós somos enriquecidos.

Na fornalha da quartelada,
Foi assado o pão dos mártires.
Neste país de esperança,
No sangue, se destroem os lírios.

Novos ares se respiram,
De Jequié(BA) a Aracaju(SE).
Nossos pontos de referências,
Se apagam, no louvor – tudo azul.

Com nova metodologia,
Do ver, julgar e agir.
Nas luzes de Paulo Freire,
O Espírito nos faz prosseguir.

Com movimentos fortíssimos,
E os padres “tira-do–mundo”.
Os jovens perdem o sonho,
E o descanto, é profundo...

O nascimento das CEB’s,
Faz a igreja se renovar.
Deu pressa a caminhada,
O episcopado acordar.

Conquistas de ontem e de hoje,
Nas dão forças para mudar.
O povo mobilizado politicamente,
Tem muita coisa a somar.

A mulher ocupa espaços cargos,
Até mesmo, na divina litúrgica.
Os que acreditam na vida,
Rezam e dançam em sintonia.

A vida nos vai levando,
Bem além do ritual.
Os leigos e as teologias,
Fazem a festa continental.

Não possível esquecer os avanços:
A Igreja nos Sindicatos
A Central Única dos Trabalhadores,
A eleição direta dos candidatos.

Priorizar a vida é preciso,
Na nova sociedade trabalhada.
É este o mandamento na carne,
Não diferença, respeitada.

O problema assustador,
Que nós estamos vivendo.
É a droga incontrolada,
Laço maldito, acontecendo.

É o nosso anseio de vida,
Que lança um projeto novo.
Valorizando as diversidades,
Relendo as rugas fundas do povo.

Das conquistas quilombolas,
As terras bem ocupadas.
O povo faz seu caminho,
E vence as medalhas carregadas.

Do Vaticano II,
Do Documento de Aparecida.
A Opção Preferencial pelos Pobres,
Se torna opção decidida.

Respirando os ares do Concílio,
Medellín abriu, gritou bem forte.
Nos pobres, nos enxergamos Cristo,
E Ele venceu a morte.

Entre avanços e distâncias,
Deus aparece em Trindade.
A Defesa da Vida é bem clara,
E ela nasce na Comunidade.

No balde de água fria,
São feitas as traduções.
Se perdem o de melhor,
Nas primeiras edições.

Quem ajunta a grande massa,
E continua a trabalhar.
Perde toda a boa farinha,
Sem a tapioca cessar.

Despojar-se, é preciso.
Dos grandes títulos, das honrarias.
Para mostrar a presença do Pai.
E do Espírito, causador das alegrias.

Os Mártires do nosso hoje.
Nós sabemos os seus nomes:
Os freis Gilvander são ameaçados,
Clareando os horizontes.

Todo dia é um processo
Com o sol, vem o aprender.
As pessoas nos fazem vivas
Com o outro, faço acontecer.

Comunidade das Comunidades
É a Paroquia, nosso lugar.
Dizer isso, é muito fácil.
Mas é preciso atualizar.

Somos samaritanos,
A caminho e a cuidar.
Se aproxima e acolhe a ferida,
Longe do templo e do altar.

Na ordem criminosa do mundo,
Cresce o sofrimento humano.
Querido, programado e imposto,
Numa lógica que toca o insano.

Na Analise de Conjuntura,
Temos e base pra agir.
Ela e quase anulada,
Quando não se quer progredir.

Urge entrar na macro estrutura,
Como um saudável desafio.
Sem o tempo para o estudo,
Somos fifós sem pavio.

O Reino de Deus nos inspira,
A construir o bem viver.
Livres da doentia competição,
Empencadas, na luta, conviver.

Trabalhar com amor profundo,
Restringindo as parabólicas.
Elas levam longe as mensagens,
As santas e as diabólicas.

Entre a “Canção Nova” e “Salve Jorge!”,
Quem mais fere a opressão...
As CEB’s devem ser claras,
Ao responder esta questão...

As CEB’s são profecia, hoje,
Que trabalha o reino presente.
Ela é presença do Cristo,
No violentado e no repelente.

Nosso olhar sobre a mãe terra,
Vai operar a mudança.
Urge rever o caminho,
E as estações da esperança.





CARTA DA AMPLIADA DO REGIONAL DAS CEB's


De 23 a 24 de fevereiro de 2013 nos encontramos na Chácara Santo Inácio, na cidade de Feira de Santana, 48 delegados e delegadas que representam 21 dioceses e arquidioceses de nosso Regional Nordeste 3.
Depois da acolhida e a oração inicial, Luis Miguel Modino, fez uma análise de conjuntura partindo da ideia de como ser Igreja de CEB's nos dias atuais a partir do que o 12º Intereclesial nos disse. O elo condutor foi o proverbio africano: “Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças extraordinárias”, que Dom Moacyr Grecchi, usou na celebração de abertura do 12º Intereclesial para definir as CEB's. A partir daqui foi analisada a realidade sócio eclesial hoje, e como esta realidade nem sempre responde a este jeito de se colocar diante da vida.
Os trabalhos foram desenvolvidos em cinco rancharias: As transformações sociais e a vivência da fé; as CEB's no Contexto Urbano; uma Opção pelos pobres a partir do Documento de Aparecida; Justiça e Profecia na construção do Reino e as CEB's conquistas de ontem e de hoje. Estas rancharias contaram com a assessoria de Luis Miguel Modino; Benedito Ballio; Paulo Silva; Luciano Bernardi e Terezinha Foppa. A partir do trabalho realizado em cada uma delas surgiu uma serie de desafios que devem levar à reflexão as CEB's.
Diante da mudança de época, como vivenciar nossa fé? Respeitando o outro, as diferenças; dando testemunho da nossa fé nos ambientes que vivemos; assumindo que a tecnologia, bem usada, ajuda a vivenciar a fé, em especial com a juventude; sendo conscientes que do mesmo modo que a mulher tem tido um papel fundamental nas transformações da sociedade, precisa ter seu lugar reconhecido na Igreja, mas para isso precisa de transformações; retomando a consciência comunitária frente à mentalidade individualista.
É preciso recuperar a memoria histórica; formação e trabalho de base; estimular o espírito solidário; colocar as CEB's como eixo da pastoral; entender as diferenças entre paróquia com CEB's e de CEB's; denunciar o papel da mídia católica, que dificulta a vivência comunitária.
Como levar para a prática a opção pelos pobres que aparece nos Documentos da Igreja Latino-americana? A Igreja precisa reconhecer o rosto de Cristo nos pobres, pois essa opção pelos pobres tem raiz bíblica e Trinitária; sentir Maria como discípula missionária que assume a opção pelos pobres a través do Magnificat; sermos conscientes que Aparecida tem como objetivo a defesa da vida em todas suas dimensões, mas não critica as injustiças cometidas contra pobres, indígenas e afro-descendentes.
Diante do texto do samaritano reconhecer quem mais assalta hoje (mídia); nos perguntar quais são as hospedagens onde são acolhidos aqueles que estão à beira do caminho; como aproximar-se e acolher na realidade de hoje; como expandir para o ano todo o grito bonito da Campanha da Fraternidade; fazer que aquilo que a gente reza seja colocado em prática; como saber quem são os verdadeiros donos do mundo, nem sempre visíveis; sentimos que hoje o profetismo virou uma estética, e não podemos considerar normal a cultura de morte; precisamos fomentar a comunhão dentro e fora da Igreja; como recuperar a liberdade de expressão.
Em nossa Igreja, em nossas CEB's, como acolher os homoafetivos; como dar espaço para as mulheres, especialmente para as mulheres negras, também numa liturgia inculturada; qual é a vivência da juventude dentro das comunidades; procurar pontos comuns em que todos concordem para o bem do coletivo; respeitar às diferenças e buscar nelas a complementariedade e não a divisão; vida equilibrada com o planeta; valorizar a identidade daqueles que ao longo de mais de quinhentos anos conseguiram viver em harmonia com a natureza; valorizar o ancestral e os conhecimentos que passam de pai para filho; construção da soberania a partir das comunidades.
Encerramos esta parte do trabalho em grupos com um momento de mística, que nos ajudou a colocar nas mãos de Deus aquilo que faz parte de nossa caminhada e vivência da fé. Também não poderia faltar um momento de confraternização depois de um dia de profunda reflexão.
A celebração eucarística, presidida por Dom Itamar Vian, arcebispo de Feira de Santana, foi momento para celebrar juntos nossa fé e vida e dar inicio a nossos trabalhos no domingo, onde a reflexão foi centrada em torno do 13º Intereclesial, a ser celebrado em Juazeiro do Norte de 07 a 11 de janeiro de 2014. Foi tempo para organizar os passos a serem dados e possibilitar a reflexão e participação de nossas CEB's deste momento marcante em nossa caminhada eclesial.
Agradecemos à Arquidiocese de Feira de Santana pela possibilidade que nos ofereceu de poder celebrar esta ampliada do Regional das CEB's. A Dom Itamar, que desde o inicio apoiou e agradeceu o fato de nos encontrar aqui, a Companhia de Jesus que cedeu o espaço para nos encontrar e a tantas pessoas que voluntariamente, com tanto carinho fizeram nos sentir em casa.


Os delegados e delegadas
 da ampliada das CEBs do Regional Nordeste 3, Bahia e Sergipe.

 Feira de Santana-BA, 24 de fevereiro de 2013


Eis as fotos da Ampliada















































































































“Gente simples, fazendo coisas pequenas,
 em lugares pouco importantes,
 consegue mudanças extraordinárias”

Provérbio Africano