CEB's também é Cultura e Poesia. Expressão de um Povo reunido, em torno da Palavra e da Eucaristia, nas lutas de cada dia. Na oportunidade tivemos a alegria de contar com a presença do Pe. Arnaldo Lima da Arquidiocese de Feira de Santana-BA que produziu durante a nossa Ampliada um resumo de tudo aquilo que escrevemos, falamos, ouvimos, refletimos e assumimos sobre a nossa caminhada de Povo de Deus.
Ampliada das CEB's
Na noite
do dia 22 de fevereiro,
Festa da Cátedra de Pedro.
A
ampliada das CEB’s – NE 3,
Acampou
em seu rochedo.
Nosso
rochedo é a vida,
Nosso
rumo é o reino.
No
espaço Eclesial de Base,
No
“contexto”, Deus faz o Reino.
As
ditaduras mais duras,
Da
Europa foram exportadas.
Na
segunda guerra mundial,
As
liberdades são extirpardas.
Do raiar
dos anos 60,
Já com
João XXIII,
O Concílio
renova a Igreja:
Do Povo
de Deus, é a vez.
A Igreja
que é de todos,
É
sobretudo dos empobrecidos.
Com a
redescoberta da Bíblia,
Nós
somos enriquecidos.
Na
fornalha da quartelada,
Foi
assado o pão dos mártires.
Neste
país de esperança,
No
sangue, se destroem os lírios.
Novos
ares se respiram,
De
Jequié(BA) a Aracaju(SE).
Nossos
pontos de referências,
Se
apagam, no louvor – tudo azul.
Com nova
metodologia,
Do ver,
julgar e agir.
Nas
luzes de Paulo Freire,
O Espírito
nos faz prosseguir.
Com
movimentos fortíssimos,
E os
padres “tira-do–mundo”.
Os
jovens perdem o sonho,
E o
descanto, é profundo...
O
nascimento das CEB’s,
Faz a
igreja se renovar.
Deu
pressa a caminhada,
O
episcopado acordar.
Conquistas
de ontem e de hoje,
Nas dão
forças para mudar.
O povo
mobilizado politicamente,
Tem
muita coisa a somar.
A mulher
ocupa espaços cargos,
Até
mesmo, na divina litúrgica.
Os que
acreditam na vida,
Rezam e
dançam em sintonia.
A vida
nos vai levando,
Bem além
do ritual.
Os
leigos e as teologias,
Fazem a
festa continental.
Não
possível esquecer os avanços:
A Igreja
nos Sindicatos
A
Central Única dos Trabalhadores,
A
eleição direta dos candidatos.
Priorizar
a vida é preciso,
Na nova
sociedade trabalhada.
É este o
mandamento na carne,
Não
diferença, respeitada.
O
problema assustador,
Que nós
estamos vivendo.
É a
droga incontrolada,
Laço
maldito, acontecendo.
É o
nosso anseio de vida,
Que
lança um projeto novo.
Valorizando
as diversidades,
Relendo
as rugas fundas do povo.
Das
conquistas quilombolas,
As
terras bem ocupadas.
O povo
faz seu caminho,
E vence
as medalhas carregadas.
Do
Vaticano II,
Do
Documento de Aparecida.
A Opção Preferencial
pelos Pobres,
Se torna
opção decidida.
Respirando
os ares do Concílio,
Medellín
abriu, gritou bem forte.
Nos
pobres, nos enxergamos Cristo,
E Ele
venceu a morte.
Entre
avanços e distâncias,
Deus
aparece em Trindade.
A Defesa
da Vida é bem clara,
E ela
nasce na Comunidade.
No balde
de água fria,
São
feitas as traduções.
Se
perdem o de melhor,
Nas
primeiras edições.
Quem
ajunta a grande massa,
E
continua a trabalhar.
Perde
toda a boa farinha,
Sem a
tapioca cessar.
Despojar-se,
é preciso.
Dos
grandes títulos, das honrarias.
Para
mostrar a presença do Pai.
E do Espírito,
causador das alegrias.
Os Mártires
do nosso hoje.
Nós
sabemos os seus nomes:
Os freis
Gilvander são ameaçados,
Clareando
os horizontes.
Todo dia
é um processo
Com o
sol, vem o aprender.
As
pessoas nos fazem vivas
Com o
outro, faço acontecer.
Comunidade
das Comunidades
É a Paroquia,
nosso lugar.
Dizer
isso, é muito fácil.
Mas é
preciso atualizar.
Somos
samaritanos,
A
caminho e a cuidar.
Se
aproxima e acolhe a ferida,
Longe do
templo e do altar.
Na ordem
criminosa do mundo,
Cresce o
sofrimento humano.
Querido,
programado e imposto,
Numa
lógica que toca o insano.
Na
Analise de Conjuntura,
Temos e
base pra agir.
Ela e
quase anulada,
Quando
não se quer progredir.
Urge
entrar na macro estrutura,
Como um
saudável desafio.
Sem o
tempo para o estudo,
Somos
fifós sem pavio.
O Reino
de Deus nos inspira,
A
construir o bem viver.
Livres
da doentia competição,
Empencadas,
na luta, conviver.
Trabalhar
com amor profundo,
Restringindo
as parabólicas.
Elas
levam longe as mensagens,
As
santas e as diabólicas.
Entre a
“Canção Nova” e “Salve Jorge!”,
Quem
mais fere a opressão...
As CEB’s
devem ser claras,
Ao
responder esta questão...
As CEB’s
são profecia, hoje,
Que
trabalha o reino presente.
Ela é
presença do Cristo,
No
violentado e no repelente.
Nosso
olhar sobre a mãe terra,
Vai
operar a mudança.
Urge
rever o caminho,
E as
estações da esperança.
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