CEBs

"GENTE SIMPLES
FAZENDO COISAS PEQUENAS,
EM LUGARES POUCO IMPORTANTES,
CONSEGUEM COISAS EXTRAORDINÁRIAS". Provérbio Africano

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A AMPLIADA DAS CEB's DO REGIONAL NORDESTE 3 EM POESIA


 CEB's também é Cultura e Poesia. Expressão de um Povo reunido, em torno da Palavra e da Eucaristia, nas lutas de cada dia. Na oportunidade tivemos a alegria de contar com a presença do Pe. Arnaldo Lima da Arquidiocese de Feira de Santana-BA que produziu durante a nossa  Ampliada um resumo de tudo aquilo que escrevemos, falamos, ouvimos, refletimos e assumimos sobre a nossa caminhada de Povo de Deus. 


Ampliada das CEB's

Na noite do dia 22 de fevereiro,
Festa da Cátedra de Pedro.
A ampliada das CEB’s – NE 3,
Acampou em seu rochedo.

Nosso rochedo é a vida,
Nosso rumo é o reino.
No espaço Eclesial de Base,
No “contexto”, Deus faz o Reino.

As ditaduras mais duras,
Da Europa foram exportadas.
Na segunda guerra mundial,
As liberdades são extirpardas.


Do raiar dos anos 60,
Já com João XXIII,
O Concílio renova a Igreja:
Do Povo de Deus, é a vez.

A Igreja que é de todos,
É sobretudo dos empobrecidos.
Com a redescoberta da Bíblia,
Nós somos enriquecidos.

Na fornalha da quartelada,
Foi assado o pão dos mártires.
Neste país de esperança,
No sangue, se destroem os lírios.

Novos ares se respiram,
De Jequié(BA) a Aracaju(SE).
Nossos pontos de referências,
Se apagam, no louvor – tudo azul.

Com nova metodologia,
Do ver, julgar e agir.
Nas luzes de Paulo Freire,
O Espírito nos faz prosseguir.

Com movimentos fortíssimos,
E os padres “tira-do–mundo”.
Os jovens perdem o sonho,
E o descanto, é profundo...

O nascimento das CEB’s,
Faz a igreja se renovar.
Deu pressa a caminhada,
O episcopado acordar.

Conquistas de ontem e de hoje,
Nas dão forças para mudar.
O povo mobilizado politicamente,
Tem muita coisa a somar.

A mulher ocupa espaços cargos,
Até mesmo, na divina litúrgica.
Os que acreditam na vida,
Rezam e dançam em sintonia.

A vida nos vai levando,
Bem além do ritual.
Os leigos e as teologias,
Fazem a festa continental.

Não possível esquecer os avanços:
A Igreja nos Sindicatos
A Central Única dos Trabalhadores,
A eleição direta dos candidatos.

Priorizar a vida é preciso,
Na nova sociedade trabalhada.
É este o mandamento na carne,
Não diferença, respeitada.

O problema assustador,
Que nós estamos vivendo.
É a droga incontrolada,
Laço maldito, acontecendo.

É o nosso anseio de vida,
Que lança um projeto novo.
Valorizando as diversidades,
Relendo as rugas fundas do povo.

Das conquistas quilombolas,
As terras bem ocupadas.
O povo faz seu caminho,
E vence as medalhas carregadas.

Do Vaticano II,
Do Documento de Aparecida.
A Opção Preferencial pelos Pobres,
Se torna opção decidida.

Respirando os ares do Concílio,
Medellín abriu, gritou bem forte.
Nos pobres, nos enxergamos Cristo,
E Ele venceu a morte.

Entre avanços e distâncias,
Deus aparece em Trindade.
A Defesa da Vida é bem clara,
E ela nasce na Comunidade.

No balde de água fria,
São feitas as traduções.
Se perdem o de melhor,
Nas primeiras edições.

Quem ajunta a grande massa,
E continua a trabalhar.
Perde toda a boa farinha,
Sem a tapioca cessar.

Despojar-se, é preciso.
Dos grandes títulos, das honrarias.
Para mostrar a presença do Pai.
E do Espírito, causador das alegrias.

Os Mártires do nosso hoje.
Nós sabemos os seus nomes:
Os freis Gilvander são ameaçados,
Clareando os horizontes.

Todo dia é um processo
Com o sol, vem o aprender.
As pessoas nos fazem vivas
Com o outro, faço acontecer.

Comunidade das Comunidades
É a Paroquia, nosso lugar.
Dizer isso, é muito fácil.
Mas é preciso atualizar.

Somos samaritanos,
A caminho e a cuidar.
Se aproxima e acolhe a ferida,
Longe do templo e do altar.

Na ordem criminosa do mundo,
Cresce o sofrimento humano.
Querido, programado e imposto,
Numa lógica que toca o insano.

Na Analise de Conjuntura,
Temos e base pra agir.
Ela e quase anulada,
Quando não se quer progredir.

Urge entrar na macro estrutura,
Como um saudável desafio.
Sem o tempo para o estudo,
Somos fifós sem pavio.

O Reino de Deus nos inspira,
A construir o bem viver.
Livres da doentia competição,
Empencadas, na luta, conviver.

Trabalhar com amor profundo,
Restringindo as parabólicas.
Elas levam longe as mensagens,
As santas e as diabólicas.

Entre a “Canção Nova” e “Salve Jorge!”,
Quem mais fere a opressão...
As CEB’s devem ser claras,
Ao responder esta questão...

As CEB’s são profecia, hoje,
Que trabalha o reino presente.
Ela é presença do Cristo,
No violentado e no repelente.

Nosso olhar sobre a mãe terra,
Vai operar a mudança.
Urge rever o caminho,
E as estações da esperança.






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