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"GENTE SIMPLES
FAZENDO COISAS PEQUENAS,
EM LUGARES POUCO IMPORTANTES,
CONSEGUEM COISAS EXTRAORDINÁRIAS". Provérbio Africano

sábado, 17 de novembro de 2012

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA



     Quando falamos do dia da Consciência Negra devemos citar os dois pilares dessa memória tão presente nos dias de hoje: Palmares e Zumbi, elos de uma história encarnada que de hipótese nenhuma deve ser esquecida do contexto histórico brasileiro e, em especial da nossa Latino-América, marcada por inúmeros líderes de diversas resistências (Antonio Conselheiro, Joana Angélica, Maria Quitéria, Maria Felipa de Oliveira, João Felisberto - O Almirante Negro, Tiradentes e Tupac Amaru), mas, infelizmente, com o passar do tempo, foram esquecidos não pela ignorância, e, sim, pela intolerância social ainda vigente nos dias atuais.Palmares e Zumbi, ambos são uma só história. Ambos são indivisíveis, inseparáveis. Poderíamos dizer: É o comungar Palmares que Zumbi assume as conseqüências para lutar em favor da liberdade e da dignidade do povo sofrido, escravo e explorado, vivendo o outro (alter), sendo comunhão e participação.
Raptado ainda recém-nascido no ano de 1655, quase sessenta anos depois da existência do Quilombo dos Palmares, fora entregue aos cuidados do Padre Antonio de Melo que além de lhe batizar com o nome de Francisco, recebera do mesmo toda a educação e alfabetização, iniciando-se no latim e, sendo coroinha aos dez anos de idade. Algo até então experienciado por Francisco e que nem todos os brancos tinham esse privilégio. Nunca negara as suas raízes e, aos quinze anos (1670), fugiu para a sua terra natal – Palmares, de onde saíra e, ao mesmo tempo voltara. Abandonou o nome de batismo para se chamar Zumbi – O “Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal”  “Morto Vivo”.
A África no Brasil (Palmares) era uma realidade plausível, uma comunidade que poderíamos afirmar que era coletiva, onde não havia exploração e nem discriminação entre os membros, uma comunidade onde a referência na família é a mulher, ao contrário da sociedade européia que é patriarcal, uma sociedade que em muitos aspectos (econômico, político, religioso e social) era muito avançado. A área do quilombo era rodeada de muitas riquezas naturais (água em abundância, fauna e flora, terras férteis e muitas palmeiras – daí é que se origina o nome Palmares).
          Resistir era a sua meta em busca da dignidade e da liberdade para o seu povo. Resistir até a morte do que se entregar ao inimigo. No dia 20 de novembro de 1695, pelas mãos do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho juntamente com sua expedição, aniquilou Palmares e o seu líder – rei Zumbi. Mas os seus ideais e os dos nossos afro-antepassados continuam vivos 317 anos depois da morte de Zumbi, em busca da dignidade, igualdade e solidariedade. Viva o dia da Consciência Negra!

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