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"GENTE SIMPLES
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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

RUMO AO 13 INTERECLESIAL DAS CEB's - BIOGRAFIA DO PADRE IBIAPINA

Padre católico e missionário brasileiro nascido na Vila de Sobral [1806], hoje histórica cidade da Região Noroeste do Estado do Ceará, que recebeu ordens aos 47 anos e iniciou uma obra missionária, visitando várias regiões do Nordeste, erguendo inúmeras casas de caridade, igrejas, açudes e outras obras em muitas cidades do interior, deixando marcas significativas no apostolado do catolicismo e na vida das pequenas comunidades desta região. Era filho de D. Teresa Maria de Jesus e do tenente-coronel Francisco Miguel Pereira, que participou da Confederação do Equador (1824) ao lado de José Martiniano de Alencar, este pai do escritor José de Alencar. Ao final da Confederação, José Martiniano de Alencar foi inocentado, mas o tenente-coronel Francisco Miguel Pereira não teve a mesma sorte e foi fuzilado no Campo da Pólvora em Fortaleza, local que passou a chamar-se, em homenagem aos participantes da confederação, Praça dos Mártires e, atualmente, Passeio Público. Aos dez anos de idade sua família mudou-se para a vila de Icó, onde seu pai passou a exercer a função de tabelião público. Em Icó completou sua educação primária na escola do professor José Felipe. Algum tempo depois (1819) mudou-se com a família para a cidade do Crato, onde seu pai passou a ser tabelião da comarca recém-criada e ele passou a estudar com o professor José Manuel Felipe Gonçalves. Em nova mudança a família se transfere para Fortaleza (1823) e com a morte da mãe ele ingressa no Seminário de Olinda. Com o início do movimento revolucionário denominado de Confederação do Equador e o profundo envolvimento de seu pai, deixou o seminário e voltou para Fortaleza (1824). Inclusive seu pai acrescentou o sobrenome Ibiapina, passando-se a assinar Francisco Miguel Pereira Ibiapina, em uma homenagem à povoação de São Pedro de Ibiapina, como também fizeram outros confederados. Com a derrota do movimento, seu pai foi preso e fuzilado (1825) e, órfão de pai e mãe, passou a trabalhar para sustentar os irmãos menores e manter financeiramente a família. Também resolveu acrescentar o sobrenome Ibiapina e com a família novamente estabilizada, retornou (1828) ao Seminário de Olinda para continuar os estudos. Após seis meses de internato, desistiu da carreira religiosa e ingressou no Curso de Direito de Olinda e bacharelou-se em leis quatro anos depois (1832). No ano seguinte, tornou-se professor substituto de Direito Natural na Faculdade de Olinda, foi eleito Deputado Geral e nomeado Juiz de Direito da Comarca de Campo Maior, hoje Quixeramobim, na mesorregião dos Sertões Cearenses, a terra de Antônio Conselheiro, notável  revolucionário místico da história do Brasil. Depois de alguns anos como juiz em Campo Maior, período em militou no Partido Liberal, resolveu deixar a magistratura e voltar para o Recife (1837) onde passou a exercer a advocacia em Pernambuco e na Paraíba. Solteiro e aparentemente decepcionado com os tribunais e a política, abandonou tudo para seguir a vida religiosa e novamente voltou ao Seminário. Ordenando-se padre (1853) optou pela vida missionária e iniciou uma grande peregrinação pelo sertão nordestino, praticando obras filantrópicas e socorrendo os mais necessitados. Pregando, orientando, promovendo reconciliações e também construindo obras como açudes, igrejas, casas missionárias, cemitérios, dentre outras tantas possíveis, peregrinou por Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Paraíba, criando uma legião de seguidores. Com o tempo adquiriu fama de profeta e milagreiro e hoje é venerado como um verdadeiro santo, especialmente pelo interior paraibano, onde foi mais atuante. Faleceu no distrito de Santa Fé, então no município de Arara e hoje no município Solânea, cidade do Brejo da Paraíba, aos 76 anos, deixando uma marca religiosa e social voltada ao povo mais humilde, que alguns historiadores citam que serviu de inspiração para outras notáveis personalidades da história do Nordeste, como Antônio Conselheiro Padre Cícero. Todos os anos, várias romarias chegam ao Santuário de Santa Fé, localizado no distrito de Santa Fé, no município de Solânea, a 120 quilômetros de João Pessoa, capital da Paraíba, principalmente no dia 19 de fevereiro [1883], dia de sua morte. No Santuário encontram-se o túmulo onde o padre foi sepultado, a casa onde ele faleceu, um museu com peças de época usadas pelo Padre Ibiapina, o museu da cada da farinha, casa dos milagres, anfiteatro, Creche da Criança Padre Ibiapina, Caso do encontro, casa paroquial, praça de alimentação e açude. 

Fonte: www.dec.ufcg.edu.br


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