Caros irmãos e irmãs,
companheiros, companheiras,
militantes
das CEBs do Regional Nordeste 3 BA/SE
A maior necessidade da natureza
humana é a religião. A alma pede por uma experiência religiosa assim como o
corpo pede por alimento e a mente por conhecimento. É este apetite espiritual
que tem levado os homens e mulheres, de todas as partes do mundo, desde os
primórdios dos tempos, a buscar Deus e, ás vezes, encontrá-lo. As principais
religiões sempre foram formadas mediante a revelação divina. A revelação divina
nos chega através de canais humanos que, por sua vez, contribuem com as falhas
humanas das religiões. São nossas idéias sobre o eterno, o criador, sobre javé,
oxalá ou simplesmente Deus, que vivemos em constante mudança e aperfeiçoamento,
que constituem as mais variadas religiões. É o elemento humano, dentro das
religiões, que as divide. E é o elemento divino entre elas que as reúne como um
fio dourado formando um imenso colar de pérolas.
Numa religião é bastante perfeita
para conduzir o homem e a mulher a realizar a divindade em si. Toda religião
tem seus pontos fortes e seus pontos fracos e acabam se completando umas ás
outras. Em algumas religiões os conceitos são insuficientes ou inadequados e a
organização é perfeita. Em outras as formas de cultos são elevados e nobres
enquanto o ensinamento religioso é insatisfatório. A religião perfeita, que
atende a todas as necessidades humanas, é um ideal. Não podemos supor que um
dia venha a existir uma religião universal porque lhe faltaria conteúdos
históricos faltariam raízes, e por tanto seria uma religião sem vida, seria
artificial.
Amamos nossa religião, mas esse
amor jamais deveria nos levar a excluir ou até mesmo odiar as outras. Devido á
modernidade, é inevitável que tenhamos contato com as mais diferentes formais
de religiões. Movidos pelo respeito, simpatia e reverencia podemos, ao tentar
compreender as diferenças, aprofundar e fortalecer nossa própria religião.
O homem verdadeiramente religioso
visa somente a verdade. Gandhi dizia que caminhamos de verdade relativa em
verdade relativa para, um dia, chegamos á verdade. Como a finalidade de todas
as regiões é conhecer a Deus e passar esse conhecimento aos seus seguidores e
seguidoras, podemos ver as religiões como aliados engajados numa causa nobre,
elevada e comum. Cada parte de nosso ser tem um lugar próprio dentro delas
porque todas possuem elemento que visam melhorar todas as partes do nosso ser.
Assim sendo, cada religião podem e devem contribuir para a transformação social
e espiritual.
Chamamos de ecumenismo a busca da
unidade entre as igrejas cristãs. Importante, quando estão envolvidas outras
religiões o processo de entendimento mutuo se chama dialogo inter-religioso.
Cristãos de diferentes igrejas são praticantes da mesma religião. Tem uma base
comum. Pertence á mesma grande família de fé. O ecumenismo que não queremos é:
Mistura de tudo num novo cristianismo, disfarce
para uma igreja dominar a outra, algo que afaste as pessoas de sua
própria igreja, fingir que as diferenças não existem, diria que a mais
importante, isto não pode fazer parte da pratica dos cristãos, DESVALORIZAR A
IGREJA DO OUTRO.
O ecumenismo por tanto é:
Dialogar, respeitar as diversidades, valorizar tudo que já une as igrejas e as
religiões, trabalhar na construção de uma nova sociedade, de um mundo novo
possível, olhem bem “igrejas unidas tem mais forças para defender a justiça e a
pratica da paz” O ecumenismo exige um
coração voltado para a paz e a valorização do outro. Não basta realizar atos
ecumênicos, é preciso ter de fato a espiritualidade do dialogo. Eis o desafio,
construir o ecumenismo no atual contexto com quem acredita em um mundo
diferente e possível.
Itaberaba-BA, 07 de novembro de 2013
Tiago Aragão
Coordenador das CEBs
do Regional Nordeste 3 CNBB - BA/SE.
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