CEBs

"GENTE SIMPLES
FAZENDO COISAS PEQUENAS,
EM LUGARES POUCO IMPORTANTES,
CONSEGUEM COISAS EXTRAORDINÁRIAS". Provérbio Africano

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

CELEBRANDO O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

CARTA DAS CEBs
 DO REGIONAL NORDESTE 3
DA CNBB - BA/SE,
 CELEBRANDO O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

Caros Irmãos, irmãs, companheiros/as, militantes das Comunidades Eclesiais de Base em nossa Bahia e Sergipe, nas vésperas do dia 20 de novembro, dia de festa e de liberdade, dia de celebrar a vitoria do nosso povo negro sobre os opressores, aqueles/as que escravizaram os nossos irmãos e irmãs no passado desta triste historia, ao mesmo proclamamos que a luta continua, a busca pela liberdade, continua, a luta por dias melhores continua, a luta por um novo mundo continua, a luta pela igualdade deve continuar.

Lembramos hoje de Zumbi que foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência antiescravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.Recordamos também de Dandara, herói e heroína do povo brasileiro,
 O nome Palmares foi dado pelos portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital era Macaco, na Serra da Barriga.
A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.
O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
A violência hoje ainda tira a vida de muitos negros/as e a indignação aumenta ao perceber que grande parte da violência é promovida justamente por aqueles que deveriam evitá-la. Segundo a Anistia Internacional, em 2011, o número de mortes por autos de resistência apenas no Rio de Janeiro e em São Paulo foi 42,16% maior do que todas as execuções promovidas por 20 países em que há pena de morte! Em São Paulo só em 2012, 546 pessoas foram mortas em decorrência de confronto com a Polícia Militar. Como parâmetro para esse escândalo, basta lembrar que os movimentos de defesa de direitos humanos reivindicam a morte e desaparecimento de 426 pessoas em 21 anos da ditadura civil-militar, iniciada em 1964. Na cidade de São Paulo, de acordo com o IBGE, 56 % dos jovens vítimas de homicídios são negros. Esse número atinge 71% nos casos de jovens mortos em confronto com a polícia.
Segundo levantamento realizado pela Agência Brasil, que cruzou as informações do ministério com dados do censo populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), verifica-se que, em 2011, a taxa de homicídios da população negra foi de 35,2 por 100 mil habitantes, taxa 9% acima do que a observada cinco anos antes, quando foram registrados 29.925 casos, ou seja, 32,4 por 100 mil habitantes. Ao mesmo tempo em que negros ficaram mais vulneráveis à violência nesses cinco anos, a taxa de homicídios da população branca caiu 13%, ao passar de 17,1 por 100 mil habitantes em 2006 (15.753 em número absoluto) para 14,9 por mil em 2011 (13.895 casos). O dado reflete a grande disparidade racial que existe no Brasil, quando se trata de vítimas de assassinatos. Com o aumento dos homicídios entre a população negra, a probabilidade de um preto ou pardo ser vítima de assassinato no país passou a ser 2,4 vezes maior do que a de um branco. Em 2006, a proporção era de 1,9 mil.
O Estado de Sergipe registrou um aumento  nestes últimos dez anos de 31,9% nos casos de homicídios envolvendo jovens negros,o Município de Barra dos Coqueiros, que tem uma população de 24.976  tem se destacado entre as cidades mais violentas do estado sergipano, ocupando assim o 99º lugar do ranking nacional em mortes por armas de fogo. Sergipe aparece com uma taxa de 11,2% ficando atrás apenas do Maranhão (6,8) e Piauí ( 3,6) nos casos de mortes de Crianças e adolescentes para cada 100 mil habitantes
Podemos expressar de varias maneiras o desejo nosso pela paz e pelo respeito, pela igualdade e pela justiça, a final não podemos viver com tanta violência, com tanto sangue sendo derramado. Vamos dá nossas mãos, e construir um tempo novo. Como diz a letra “Um sorriso negro, um abraço negro, traz felicidade... negro é a raiz da liberdade” Muito axé. Boas Comemorações

Itaberaba. BA. 19 de Novembro de 2013.

Coordenação:
TIAGO SANTOS DE ARAGÃO – Coordenador - Diocese de Ruy Barbosa/BA
IRENIR JESUS DOS SANTOS – Vice Coordenadora - Arquidiocese de Aracaju/SE
VALDENILZA MARQUES DA SILVA – Secretaria – Diocese de Bom Jesus da Lapa/BA
IONE  SILVA DOS SANTOS – 2ª Secretaria – Arquidiocese de São Salvador/BA
ANA MARIA DOS SANTOS SANTOS – Tesoureira - Diocese de Ilhéus/BA

Assessores:
Pe. Paulo Silva – Diocese de Jequié/BA
Pe. Jose Carlos Nascimento sdv – Diocese de Irecê/BA
Pe. Luiz Miguel – Diocese de Ruy Barbosa/BA
Monica Maria Muggler – Diocese da Barra/BA
Pe. Vicente Nascimento – Diocese de Bom Jesus da Lapa/BA

Bispo Referencial: Dom Ricardo Brusati – Diocese de Caetité/BA


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