CEBs

"GENTE SIMPLES
FAZENDO COISAS PEQUENAS,
EM LUGARES POUCO IMPORTANTES,
CONSEGUEM COISAS EXTRAORDINÁRIAS". Provérbio Africano

terça-feira, 26 de novembro de 2013

XXIII ASSEMBLEIA DIOCESANA DAS CEBs

As vésperas do 13º Intereclesial das CEBs, que acontecerá na Cidade e Diocese do Crato-CE (07 a 11 de janeiro de 2014), e do Advento do Senhor, as nossas Comunidades Eclesiais de Base estarão reunindo nos dias 30 de novembro à 01 de dezembro do ano em curso, mas precisamente, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro Cidade Nova em Jequié-BA, para a realização da XXIII Assembleia Diocesana das CEBs
Na oportunidade, será abordado o Documento de Estudos da CNBB 104 - Comunidades de comunidades - Uma nova Paróquia,  tendo como assessor o Pe. Alberto Cardoso Sampaio da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, bairro do Mandacarú.
Venha e participe conosco!!!!!!!!!!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

CELEBRANDO O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

CARTA DAS CEBs
 DO REGIONAL NORDESTE 3
DA CNBB - BA/SE,
 CELEBRANDO O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

Caros Irmãos, irmãs, companheiros/as, militantes das Comunidades Eclesiais de Base em nossa Bahia e Sergipe, nas vésperas do dia 20 de novembro, dia de festa e de liberdade, dia de celebrar a vitoria do nosso povo negro sobre os opressores, aqueles/as que escravizaram os nossos irmãos e irmãs no passado desta triste historia, ao mesmo proclamamos que a luta continua, a busca pela liberdade, continua, a luta por dias melhores continua, a luta por um novo mundo continua, a luta pela igualdade deve continuar.

Lembramos hoje de Zumbi que foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência antiescravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.Recordamos também de Dandara, herói e heroína do povo brasileiro,
 O nome Palmares foi dado pelos portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital era Macaco, na Serra da Barriga.
A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.
O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
A violência hoje ainda tira a vida de muitos negros/as e a indignação aumenta ao perceber que grande parte da violência é promovida justamente por aqueles que deveriam evitá-la. Segundo a Anistia Internacional, em 2011, o número de mortes por autos de resistência apenas no Rio de Janeiro e em São Paulo foi 42,16% maior do que todas as execuções promovidas por 20 países em que há pena de morte! Em São Paulo só em 2012, 546 pessoas foram mortas em decorrência de confronto com a Polícia Militar. Como parâmetro para esse escândalo, basta lembrar que os movimentos de defesa de direitos humanos reivindicam a morte e desaparecimento de 426 pessoas em 21 anos da ditadura civil-militar, iniciada em 1964. Na cidade de São Paulo, de acordo com o IBGE, 56 % dos jovens vítimas de homicídios são negros. Esse número atinge 71% nos casos de jovens mortos em confronto com a polícia.
Segundo levantamento realizado pela Agência Brasil, que cruzou as informações do ministério com dados do censo populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), verifica-se que, em 2011, a taxa de homicídios da população negra foi de 35,2 por 100 mil habitantes, taxa 9% acima do que a observada cinco anos antes, quando foram registrados 29.925 casos, ou seja, 32,4 por 100 mil habitantes. Ao mesmo tempo em que negros ficaram mais vulneráveis à violência nesses cinco anos, a taxa de homicídios da população branca caiu 13%, ao passar de 17,1 por 100 mil habitantes em 2006 (15.753 em número absoluto) para 14,9 por mil em 2011 (13.895 casos). O dado reflete a grande disparidade racial que existe no Brasil, quando se trata de vítimas de assassinatos. Com o aumento dos homicídios entre a população negra, a probabilidade de um preto ou pardo ser vítima de assassinato no país passou a ser 2,4 vezes maior do que a de um branco. Em 2006, a proporção era de 1,9 mil.
O Estado de Sergipe registrou um aumento  nestes últimos dez anos de 31,9% nos casos de homicídios envolvendo jovens negros,o Município de Barra dos Coqueiros, que tem uma população de 24.976  tem se destacado entre as cidades mais violentas do estado sergipano, ocupando assim o 99º lugar do ranking nacional em mortes por armas de fogo. Sergipe aparece com uma taxa de 11,2% ficando atrás apenas do Maranhão (6,8) e Piauí ( 3,6) nos casos de mortes de Crianças e adolescentes para cada 100 mil habitantes
Podemos expressar de varias maneiras o desejo nosso pela paz e pelo respeito, pela igualdade e pela justiça, a final não podemos viver com tanta violência, com tanto sangue sendo derramado. Vamos dá nossas mãos, e construir um tempo novo. Como diz a letra “Um sorriso negro, um abraço negro, traz felicidade... negro é a raiz da liberdade” Muito axé. Boas Comemorações

Itaberaba. BA. 19 de Novembro de 2013.

Coordenação:
TIAGO SANTOS DE ARAGÃO – Coordenador - Diocese de Ruy Barbosa/BA
IRENIR JESUS DOS SANTOS – Vice Coordenadora - Arquidiocese de Aracaju/SE
VALDENILZA MARQUES DA SILVA – Secretaria – Diocese de Bom Jesus da Lapa/BA
IONE  SILVA DOS SANTOS – 2ª Secretaria – Arquidiocese de São Salvador/BA
ANA MARIA DOS SANTOS SANTOS – Tesoureira - Diocese de Ilhéus/BA

Assessores:
Pe. Paulo Silva – Diocese de Jequié/BA
Pe. Jose Carlos Nascimento sdv – Diocese de Irecê/BA
Pe. Luiz Miguel – Diocese de Ruy Barbosa/BA
Monica Maria Muggler – Diocese da Barra/BA
Pe. Vicente Nascimento – Diocese de Bom Jesus da Lapa/BA

Bispo Referencial: Dom Ricardo Brusati – Diocese de Caetité/BA


CEBs E O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA


Hoje (20 de novembro), estamos celebrando o Dia da Consciência Negra, dia em que Zumbi dos Palmares fora aniquilado  por aqueles que se diziam ser mantedores da lei e da ordem. Morreu o líder, mas os ideais os verdadeiros ideais pela dignidade, solidariedade, e liberdade continuam  vivos em nossas mentes e no dia-a-dia. As CEBs abraçam esses ideais na certeza de "um outro mundo é possível" sem acepção de pessoas, vivendo o Mandamento Maior ensinado por Cristo Jesus, nosso Mestre e Bom Pastor, sendo  "Gente simples fazendo coisas pequenas em lugares pouco importantes conseguem coisas extraordinárias".

Salve, salve o Dia Consciência Negra!!!!!!!
Salve, salve a Consciência de Todos Nós!!!!!!!
Axé para todos!!!!!!






terça-feira, 12 de novembro de 2013

CARTA PARA AS CEBs DO REGIONAL NORDESTE 3 DA CNBB – BA/SE

Caros irmãos, irmãs, militantes,
companheiros e companheiras das
CEBs do Regional Nordeste 3 BA/SE.

A visita do Papa Francisco ao Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude nos trouxe e nos provou a refletir sobre a igreja que temos e a igreja que queremos, e é claro, que devemos ter um olhar com esperança para o futuro, para o amanhã que nos aguarda, irei fazer comentário meu pessoal, sobre uma entrevista que fez Dom Murilo Krieger, Arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil, o mesmo fez declarações para a imprensa logo depois da visita do Papa.
Começo com uma frase do Santo Padre, “de coração a coração” este foi o nome que o Papa deu ao um encontro que o mesmo teve com os bispos da America latina, durante a Jornada Mundial da Juventude, ele disse que aquele momento era um momento de descanso, de partilhar, de verdadeira fraternidade, convenhamos que este Papa é uma Papa, diferente, quem nestes últimos tempos não tem escutado este falar do povo? Realmente ele é diferente, afinal ele é latino americano, um homem que mostra ao mundo o coração humano de Deus, o sorriso de Deus. É preciso que a igreja que temos transmita para o povo este sentimento, que seja uma igreja humilde, a humildade está no DNA de Deus. O Papa tem feito isto, sentir o cheiro do povo, tocar no povo, partir da base, interessante que ele nos faz lembrar a Teologia da Libertação, partir da base, partir do meio do povo.
Minha gente, estamos em um novo momento, talvez um momento único em nossas vidas, sentimos de perto uma igreja que se faz pobre no meio dos pobres, o Papa não tem feito um teatro, ele mostra o seu jeito de ser, temos que resgatar o jeito de uma igreja de discípulos/as, uma igreja missionária. Vivemos uma época de mudanças, mais uma mudanças de épocas, O papa faz um resgate do documento de aparecida, que fala desta mudanças, e como estamos fazendo para que a evangelização das nossas comunidades se atualizem nesta mudança de época? Temos escutado a voz dos oprimidos? O que Deus pede de nós? O Papa nos fala que não devemos ter medo, que não devemos ficar lamentando, é necessário agir. E nos faz lembrar o caminho de Emaús. É preciso voltar às raízes para recomeçar a caminhada. Refazer os caminhos dos discípulos/as. E depois o que fazer? É preciso entrar na noite dos homens e mulheres e dialogar com eles, ou seja, descer, ir de verdade ao encontro do povo. Precisamos fazer companhia, de ir alem da simples escuta, que caminhemos com as pessoas, que saibamos decifrar a noite escura de tantos irmãos e irmãs, olhem bem, é preciso nos perguntar, principalmente nestes momentos de assembleias diocesanas de avaliação e planejamento “somos ainda uma igreja capaz de aquecer os corações?” para terminar meus pensamentos, uso um clamor do Papa para nós mesmos: É preciso promover "a revolução da ternura".

Itaberaba-BA, 10 de novembro de 2013
Tiago Aragão
Coordenador das CEBs no Regional Nordeste 3 BA/SE

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

AS CEBs E OS DESAFIOS DO ECUMENISMO

Caros irmãos e irmãs,
 companheiros, companheiras,
 militantes das CEBs do Regional Nordeste 3 BA/SE

A maior necessidade da natureza humana é a religião. A alma pede por uma experiência religiosa assim como o corpo pede por alimento e a mente por conhecimento. É este apetite espiritual que tem levado os homens e mulheres, de todas as partes do mundo, desde os primórdios dos tempos, a buscar Deus e, ás vezes, encontrá-lo. As principais religiões sempre foram formadas mediante a revelação divina. A revelação divina nos chega através de canais humanos que, por sua vez, contribuem com as falhas humanas das religiões. São nossas idéias sobre o eterno, o criador, sobre javé, oxalá ou simplesmente Deus, que vivemos em constante mudança e aperfeiçoamento, que constituem as mais variadas religiões. É o elemento humano, dentro das religiões, que as divide. E é o elemento divino entre elas que as reúne como um fio dourado formando um imenso colar de pérolas.
Numa religião é bastante perfeita para conduzir o homem e a mulher a realizar a divindade em si. Toda religião tem seus pontos fortes e seus pontos fracos e acabam se completando umas ás outras. Em algumas religiões os conceitos são insuficientes ou inadequados e a organização é perfeita. Em outras as formas de cultos são elevados e nobres enquanto o ensinamento religioso é insatisfatório. A religião perfeita, que atende a todas as necessidades humanas, é um ideal. Não podemos supor que um dia venha a existir uma religião universal porque lhe faltaria conteúdos históricos faltariam raízes, e por tanto seria uma religião sem vida, seria artificial.
Amamos nossa religião, mas esse amor jamais deveria nos levar a excluir ou até mesmo odiar as outras. Devido á modernidade, é inevitável que tenhamos contato com as mais diferentes formais de religiões. Movidos pelo respeito, simpatia e reverencia podemos, ao tentar compreender as diferenças, aprofundar e fortalecer nossa própria religião.
O homem verdadeiramente religioso visa somente a verdade. Gandhi dizia que caminhamos de verdade relativa em verdade relativa para, um dia, chegamos á verdade. Como a finalidade de todas as regiões é conhecer a Deus e passar esse conhecimento aos seus seguidores e seguidoras, podemos ver as religiões como aliados engajados numa causa nobre, elevada e comum. Cada parte de nosso ser tem um lugar próprio dentro delas porque todas possuem elemento que visam melhorar todas as partes do nosso ser. Assim sendo, cada religião podem e devem contribuir para a transformação social e espiritual.
Chamamos de ecumenismo a busca da unidade entre as igrejas cristãs. Importante, quando estão envolvidas outras religiões o processo de entendimento mutuo se chama dialogo inter-religioso. Cristãos de diferentes igrejas são praticantes da mesma religião. Tem uma base comum. Pertence á mesma grande família de fé. O ecumenismo que não queremos é: Mistura de tudo num novo cristianismo, disfarce  para uma igreja dominar a outra, algo que afaste as pessoas de sua própria igreja, fingir que as diferenças não existem, diria que a mais importante, isto não pode fazer parte da pratica dos cristãos, DESVALORIZAR A IGREJA DO OUTRO.
O ecumenismo por tanto é: Dialogar, respeitar as diversidades, valorizar tudo que já une as igrejas e as religiões, trabalhar na construção de uma nova sociedade, de um mundo novo possível, olhem bem “igrejas unidas tem mais forças para defender a justiça e a pratica da paz”  O ecumenismo exige um coração voltado para a paz e a valorização do outro. Não basta realizar atos ecumênicos, é preciso ter de fato a espiritualidade do dialogo. Eis o desafio, construir o ecumenismo no atual contexto com quem acredita em um mundo diferente e possível.


Itaberaba-BA, 07 de novembro de 2013
Tiago Aragão
Coordenador das CEBs
 do Regional Nordeste 3 CNBB - BA/SE.