CEBs

"GENTE SIMPLES
FAZENDO COISAS PEQUENAS,
EM LUGARES POUCO IMPORTANTES,
CONSEGUEM COISAS EXTRAORDINÁRIAS". Provérbio Africano

quarta-feira, 25 de julho de 2012

O 6º Nordestão das Comunidades Eclesiais de Base – CEB’s

“O Nordeste é a terra prometida aos nordestinos”

Aqui nas terras baianas de Itabuna, fomos acolhidos pelos irmãos e irmãs com o sabor gostoso de cacau e acarajé. Muitas famílias abriram suas portas e seus corações para abrigar os romeiros e romeiras do campo e da cidade das CEBs nordestinas. Somos cerca de 300 pessoas, entre povos indígenas, quilombolas, leigos/as, religiosos/as, padres, pastores evangélicos e bispos, convocados pelo tema “Justiça e profecia a serviço da vida no Nordeste”.
O VI Nordestão das CEBs tem como objetivo “fortalecer a relação e a articulação na grande região Nordeste, subsidiando as equipes regionais de CEBs na luta pelo fortalecimento da organização para a melhoria das condições de vida das comunidades”. Para concretização deste objetivo durante estes três dias refletimos as seguintes tendas temáticas: a) Espiritualidade Ecológica; b) CEBs e Políticas Públicas; c) Profetas e Profetizas de Ontem e de Hoje; d) Romeiros e Romeiras no Campo e na Cidade – desafios e perspectivas; e) CEBs e Movimentos Sociais a Serviço da Vida no Nordeste; f) CEBs na Busca da Sustentabilidade.
As tendas temáticas tiveram a pretensão de nos fazer olhar o chão do Nordeste, sua diversidade, seu jeito próprio de ser, rezar e lutar e nos questionar, como CEBs, à luz da Palavra de Deus, como temos nos posicionado frente aos grandes desafios dos tempos de hoje: grandes projetos governamentais que não contemplam a vontade do povo, comodismo, degradação ambiental, cultura do medo, crises (econômica, ecológica, energética, política). Juntos descobrimos algumas pistas para o fortalecimento das comunidades.
As pistas nos indicaram a necessidade de continuarmos apostando na formação de lideranças populares, aprofundar a consciência crítica e da luta de classes, continuar promovendo as romarias da terra e da água, criar espaços de vivência da espiritualidade peregrina, orante e profética, contribuir na organização do povo para a construção de um novo Estado, discutir a passagem de uma democracia representativa para uma democracia participativa direta.
A análise de conjuntura e a discussão do tema central muito nos ajudou a chegar a estas conclusões. Vimos que é necessário e urgente a modificação da estrutura da sociedade brasileira que não está organizada para incluir os pobres, homens e mulheres em situação de exclusão social. Não seremos CEBs, seguidoras de Jesus se não estivermos atentos/as a estes clamores. Devemos lembrar que não há esperança sem luta.“Esperamos enquanto lutamos. Lutamos enquanto esperamos!” Como símbolo da nossa esperança, queremos destacar a presença dos/as jovens e o seu grito contra toda violência e extermínio da juventude.
Saímos deste VI Nordestão, fortalecido/as e convencidos/as de que não podemos deixar cair a profecia, como nos pediu Dom Helder Câmara. Seguimos sob a proteção de São José, padroeiro da Diocese de Itabuna, na alegria da conquista da terra indígena Pataxó, confirmando o legado do mártir Galdino.

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